Sebrae apresenta estudo realizado em 2016 que aponta a abóbora como principal fonte de renda nas cidades de Colinas, Paraibano, Buriti Bravo, Passagem Franca e outros 5 municípios da região
Aberta nesta quinta-feira, (06) a 10ª Feira de Agricultura Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec), em Paraibano; a primeira edição realizada no sertão maranhense e que dá início ao ciclo de cinco feiras que serão realizadas em 2017. O evento é promovido pelo Governo do Estado desde 2015, tendo o Sebrae como parceiro desde sua primeira edição.
“Em 2017 o Sebrae está renovando essa parceria com o Governo do Estado, pois percebe que a Agritec é uma grande oportunidade para os pequenos produtores rurais se atualizarem e terem acesso a novas tecnologias, o que consideramos algo positivo e que contribui para o incentivo ao empreendedorismo”, afirma João Martins, diretor superintendente do Sebrae no Maranhão.
Durante a solenidade de abertura, o Sebrae entregou ao Governo do Estado, na ocasião representado pelo secretário de estado da agricultura familiar, Adelmo Soares, a Prefeita de Colinas, Valmira Miranda e ao Prefeito de Paraibano, José Hélio, o estudo sobre o Polígono da Abóbora. A entrega foi feita pelo gerente regional do Sebrae em Presidente Dutra, José Noleto e o gerente regional do Sebrae em Balsas, Maurício Lima, que na ocasião representaram a diretoria da instituição.
O estudo sobre o Polígono da Abóbora, realizado em 2016, apresenta as dificuldades e soluções enfrentadas por esta cadeia produtiva, a partir de pesquisas que apontam a região com maior produção de abóbora em todo estado, tendo os municípios de Paraibano, Colinas, Buriti Bravo e Passagem Franca, entre os nove municípios que compõem esse Polígono. Ainda segundo o estudo, o Polígono da Abóbora, no sertão Maranhense, envolve cerca de duas mil famílias que atualmente produzem em média 24 toneladas do produto ao ano.
A pesquisa do Sebrae constatou um baixo custo e poucas tecnologias necessárias para o cultivo, tendo a dedicação de famílias na lida da lavoura e a definição de um mercado consumidor, como fatores importantes para manter a alta produtividade. Colinas e Paraibano possuem destaque na comercialização do produto por apresentarem um elevado número de compradores de outros Estados.
A produtora Francisca Vieira dos Santos, 34 anos, presente na Agritec, sobrevive da abóbora desde que nasceu. Seus pais já trabalhavam com esse tipo de plantio e depois que casou, tem a abóbora como principal fonte de renda de sua família. “A abóbora já me trouxe muitos benefícios. Consegui arrumar minha casa e comprar uma moto, mas eu quero crescer mais. Ainda temos um prejuízo muito grande na venda, além da perca de mais da metade da produção. Agora, a partir da capacitação do Sebrae comecei a fazer doces e licor de abóbora, querendo aproveitar um pouco mais. O Curso Negócio Certo Rural foi muito bom e me incentivou a vender esses produtos. A ajuda do Sebrae foi muito boa e quero mais, por isso estou aqui na Agritec”, revela a produtora, que hoje com ajuda de sua família possui 5 hectares de abóbora em sua casa no interior de Colinas.
Segundo o gerente regional do Sebrae em Presidente Dutra, José Noleto, junto ao estudo, o Sebrae possui várias propostas para melhoria dessa produção. “Nossa proposta é um plano de comercialização mais agressivo e que valorize a identificação e novos canais para abóbora. A gente quer apresentar como um produto regional e também criar uma identidade deste produto com a região”, disse.
Para a prefeita de Colinas, Valmira Miranda, com o apoio do Sebrae, a prefeitura, por meio da secretaria de agricultura, conseguirá otimizar a produção de abóbora, tendo esse estudo como o primeiro grande passo. “A cultura da abóbora é uma das principais fontes de renda de muitos produtores, daí a importância de focarmos nela e ajudar esses produtores a produzirem mais e da forma correta, conforme aponta o estudo realizado pelo Sebrae”, relatou Miranda.
Além do Estudo do Polígono da Abóbora, o Sebrae também fez a entrega do relatório de resultados do ciclo Agritec 2016.
Em Paraibano, o Sebrae conta com uma equipe de oito técnicos e dois consultores, que irão operacionalizar quatro palestras distribuídas pelos três dias de programação, além do atendimento institucional no estande.
Marcos Vinicius de Sousa Nascimento é estudante do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e veio com uma caravana conhecer o estande do Sebrae e fazer sua inscrição para o palestra de Bovinocultura de corte e Leite que acontecerá nesta tarde. ‘’ A Agritec está sendo uma grande oportunidade principalmente para nós estudantes que buscando conhecimento e capacitação tecnológica. Quero participar de todas as palestras oferecidas no evento principalmente as do Sebrae’’, concluiu Marcos.
Maurício Lima, Gerente do Sebrae na Unidade Regional em Balsas enfatiza o impacto positivo da Agritec para toda a região do sertão. ‘’A Feira cumpre com a proposta de trazer inovação para agricultura familiar e o Sebrae se sente como parceiro importante nesse processo, no sentido de colaborar com ações de impacto para a região, como o entrega do Estudo da Cadeia Produtiva da Abobora e as palestras sobre Balde Cheio e produção artesanal de cachaça’’, comentou Maurício.
Em seu discurso durante a abertura, o secretário Adelmo Soares, reforçou a importância das Agritecs e da preocupação com a agricultura familiar na região do sertão que tem um grande potencial para o estado. ‘’ Esse conjunto de ações na Agritec possibilita o desenvolvimento do setor rural tendo como objetivo a troca de experiências e capacitação, ampliando o conhecimento tecnológico para beneficiar e transformar a realidade dos agricultores familiares’’, ressaltou Soares.
O Sebrae está oferecendo hoje e amanhã palestras sobre bovinocultura de corte e leite e na sexta-feira (08), a palestra sobre a produção da tiquira e demais cachaças artesanais.