O depoimento do piloto da PMR, Isaac Barreto de Andrade, confirmou que o helicóptero contratado pela Secretaria de Estado da Saúde na gestão Ricardo Murad foi utilizado para fazer campanha política e uso pessoal da família do ex-secretário.
Isaac Barreto disse com todas as letras à comissão instaurada pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle para investigar os contratos com a PMR e o uso dos helicópteros, que transportou a filha de Ricardo, Andréa Murad, para várias cidades do interior do Maranhão, “pois na época ela estava em campanha eleitoral”.
E que em setembro de 2014 foi o mês que mais realizou voos, tendo a deputada como passageira.
Neste período foram realizados 21 voos, sendo 12 para a cidade de Coroatá, o reduto eleitoral da família Murad, com pousos em um terreno privado ao lado da residência do ex-secretário.
Além da filha, o helicóptero também serviu a esposa de Ricardo Murad, a prefeita de Coroatá, Tereza Murad, nos seus deslocamentos entre a capital e o município que administra.
Contratados por R$ 4.421.000,00 os dois helicópteros seriam para operações de serviço de saúde, fiscalização de obras dos hospitais e UPAS e transporte de enfermos em situação de urgência e emergência, mas não há registros de viagens para fiscalizações dessas obras e o transporte de enfermos foi feito em sua grande maioria pelo Grupo Tático Aéreo.
De acordo com a Central de Regulação da SES em 2014 apenas 36 pacientes foram assistidos pelas aeronaves da PMR, enquanto o GTA prestou 68 voos com serviços aeromédicos.
Ou seja: a PMR recebia, mas quem prestava o serviço era o GTA !
Tudo parte de um esquema, segundo a Secretaria de Transparência e Controle, para financiar as campanhas dos candidatos a deputados estaduais, Andréa Murad e Sousa Neto, filha e genro de Ricardo Murad.
Com a utilização do helicóptero do GTA, a PMR que recebia R$ 411 mil mensais independente das horas voadas, aumentou seus lucros e com eles fez doações para as campanhas da dupla familiar, R$ 110 mil para cada um.
Esse dinheiro saiu da Secretaria de Saúde que pagou a PMR no dia 31 de julho, e em apenas sete dias transitou pela disponibilidade do diretor Cristiano Lindiner Ribas para ser aplicado na empresa C.C. Pavimentadora Ltda., da qual era sócio, para em seguida ser direcionado para as contas de campanha dos então candidatos, exatamente no dia 7 de agosto.
Cópias do relatório foram enviadas para o Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Civil.
Resta saber se vai dar cadeia ou se a turma vai sair voando!
Fonte: Blog do Raimundo Garrone