Ontem estive na Unidade de Pronto Atendimento – UPA de São João dos Patos, acompanhando minha esposa e minha filha, que foram realizar consultas médicas, ao sair me deparei com duas crianças sentadas bem a frente daquela unidade, acompanhadas por uma senhora, uma moça e um mototaxista, enquanto eu passava por eles escutei de relance uma conversa que chamou minha atenção, estes estavam revoltados e tristes com a situação de um homem que se encontrava internado, que necessitava imediatamente ser transferido para uma U.T.I., estes comentavam que já haviam pedido ajuda a todas as autoridades de nossa cidade, mas, ninguém até aquele momento se prontificou a ajudá-los.
Descobri que aquelas crianças eram filhos do homem que se encontra há vários dias em coma, que além delas, há mais dois filhos, sendo um especial, sendo estes órfãos de mãe, tendo esta falecido em um acidente automobilístico, que comoveu nossa cidade.
Tudo isso mexeu comigo, me entristeceu, me deu uma sensação de impotência como cristão e como ser humano, me fez vê o quão pequenos somos, o quão insignificantes são os direitos de um cidadão que depende do SUS, que depende dos órgãos públicos, para ter um direito básico como a saúde, direito a um leito de um hospital, ter ao menos a oportunidade de lutar por sua vida.
Hoje li uma postagem na página de José Reais, onde a mãe do rapaz internado implora aos políticos, aos governantes, líderes e a sociedade que ajudem seu filho, que lhe dê a oportunidade de ao menos ser internado, examinado e tratado, direito este garantido na constituição, direito este pago por todos nós através dos impostos, direitos estes que nos é negado, pela falta do poder aquisitivo, do dinheiro, do status, do sobrenome, lamentável, mas, infelizmente este rapaz muito provavelmente morrerá sem ter a oportunidade de ao menos ser atendido em um local mais apropriado para a gravidade do estado clínico em que ele se encontra. E seus filhos, sua família, assistirão a tudo, de mãos atadas, impotentes, restando apenas enterrá-lo, com aquela certeza de que se ele fosse transferido, se tivesse recebido o atendimento apropriado, a sua sorte seria diferente, sorte… ah sorte! nos apeguemos a realidade, que é dura, cruel e impiedosa, isso poderá ocorrer com qualquer um de nós, com nossos, pais, filhos, irmãos, amigos, vizinho, só não acontecerá, com quem nasceu com a “sorte” de ser rico.
https://www.facebook.com/ReaisNoticias/videos/831482763910049/