A urgência fala mais alto. São João dos Patos e toda a região do Médio Sertão Maranhense vivem há anos uma realidade preocupante: não há um Corpo de Bombeiros para atender ocorrências de incêndios, desastres ou emergências ambientais. Quando o fogo consome vegetação, casas ou áreas rurais, a população depende do apoio vindo de Balsas, município localizado a 312 quilômetros de distância — um percurso longo demais quando o tempo é questão de vida ou morte.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Maranhão é o segundo estado com mais focos de queimadas no Brasil, perdendo apenas para o Pará. O cenário é alarmante: as chamas avançam sobre matas, plantações e até áreas urbanas, especialmente durante o período de estiagem, quando a vegetação seca se transforma em combustível fácil.
Na região do Médio Sertão, municípios como São João dos Patos, Paraibano, Sucupira do Riachão e Passagem Franca enfrentam grandes focos de queimada sem qualquer controle ambiental efetivo. Agricultores e moradores tentam combater o fogo com os próprios meios — baldes, enxadas e coragem —, colocando em risco suas vidas e seus bens.
O problema ficou explícito ontem, 14, quando um incêndio de grandes proporções atingiu o povoado de Boa Vista, localizado no município de Nova Iorque. As chamas consumiram diversas casas, provocando destruição, deixando moradores em estado de alerta e causando grande comoção nos sertanejos.
A ausência de uma unidade do Corpo de Bombeiros significa também falta de estrutura para resgates, salvamentos aquáticos, acidentes de trânsito, enchentes e apoio em situações de desabamento ou sinistro, que infelizmente não são raros.
Essa lacuna estrutural é um risco permanente e inaceitável para uma região em pleno crescimento econômico e populacional.
Em consulta ao Corpo de Bombeiro Militar do Estado, através da ouvidoria da SSPMA, a informação é que não há previsão para a instalação do Corpo de Bombeiros em São João dos Patos em 2025, conforme ofício abaixo.
Implantar uma unidade do Corpo de Bombeiros em São João dos Patos é mais do que uma necessidade: é uma questão de segurança pública, ambiental e humana.
