O ato em defesa da presidente Dilma Rousseff na avenida Paulista, que, segundo os organizadores, poderá reunir cerca de 150 mil manifestantes nesta sexta-feira (18) terá tratamento diferenciado do governo Geraldo Alckmin (PSDB) em relação aos protestos do último domingo (13).
Na véspera do ato organizado pelo PT e movimentos sociais ligados ao partido, e que terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestantes a favor do impeachment permanecem acampados na via, sem que fossem retirados pela Polícia Militar.
Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin recebeu representantes dos movimentos contrários à presidente e foi à público garantir que não haveria protestos com pauta oposta no mesmo local.
Na ocasião, Alckmin afirmou que os policiais estavam incumbidos de evitar que manifestantes pró-Dilma se aproximassem da Paulista.
Na tarde desta quinta (17), uma comissão formada pelo presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, e pelo coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), Raimundo Bonfim, se reuniu com o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e cobrou que o governo paulista adote a mesma postura dada à manifestação pró-impeachment de domingo.
O ato terá início às 16h, com concentração no vão livre do Masp. O acampamento dos manifestantes pró-impeachment está a menos de 300 metros dali.
“Tudo que nós queremos é que o governo do Estado, que é quem comanda as forças de segurança, aja neste ato da mesma forma que agiu no domingo passado”, afirmou Emídio de Souza.
Freitas disse que o ato desta sexta acontecerá mesmo que os manifestantes pró-impeachment permaneçam na Paulista.
Por meio de nota, a secretaria de Segurança disse que o efetivo policial será o mesmo da manifestação do dia 13. “A prioridade máxima da polícia será garantir a paz e a segurança de todos. Se for necessário, adaptando-se a novas circunstâncias para evitar confrontos”, afirma.
Nos bastidores, integrantes do governo Alckmin admitem haver “dois pesos e duas medidas” em relação aos atos.
Também no trato aos manifestantes, se percebe a diferença. A PM manteve relação amistosa com os manifestantes que bloqueiam a avenida desde a noite de quarta (16).
Em janeiro, o Movimento Passe Livre foi impedido de iniciar manifestações por não ter anunciado o trajeto de passeatas. Policiais militares atiraram bombas de gás e balas de borracha nos manifestantes e na imprensa.
A Secretaria de Segurança Pública foi questionada sobre a diferença de procedimento, mas enviou nota que não esclarece este ponto