Decidi nos últimos dias me afastar um pouquinho das redes sociais, principalmente do WhatsApp, para observar as discussões nos grupos e fazer uma análise da atual situação política nacional debatida nesta ferramenta tão popular e tão democrática, sem me envolver, sem expressar opinião, apenas entrava no aplicativo e observava.
Como estou inserido em vários grupos, pude fazer uma análise pessoal bem ampla, haja vista que estes grupos acolhem pessoas de todas as regiões do país, mas, apesar dos vários brasis, as discussões são sempre as mesmas, as retóricas iguais, os pensamentos são parelhos e argumentos se repetem em todos os aspectos.
Os seguidores dos principais pré-candidatos a eleição presidencial de 2022, criaram seus personagens, para ambos estes estão em um eterno combate contra algo que para eles assolam o país, seja o fascismo, seja o comunismo. Para seus admiradores estes são heróis, um injustiçado, perseguido e preso pela justiça brasileira, o outro também injustiçado, perseguido pela justiça, imprensa, Câmara, Senado, o resto do mundo estaria errado e ele defenderia o certo.
O interessante é que nesta “briga” diária nos grupos, os seguidores de A ou B, não aceitam que se olhe para o lado C ou D, ou se é Lula ou se é Bolsonaro, ou se é direita ou se é esquerda e pronto, os rótulos são colocados quando se faz uma crítica para qualquer um dos líderes políticos.
Dentro desse contexto, nomes fora da polarização, têm dificuldades de chamar atenção da opinião pública digital. A polarização não permite isso, assim, assume-se que o presidente Bolsonaro foi favorecido pelo crescimento da rejeição ao PT e que o atual cenário econômico, a diminuição do poder de compra, aponta para uma evolução do petismo, representada na figura de Lula.
A confirmação da polarização política acontece quando a população caminha na direção das extremidades e o centro desaparece, logo a origem da polarização política no Brasil está encastelada na separação entre petismo e antipetismo.
Hoje, o Brasil tem dois pólos políticos muito distantes. De um lado, o representante da extrema-direita, Jair Bolsonaro, que ficou conhecido por usar palavras de ordem. E, do outro Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que leva o nome de um partido presente nas últimas eleições, com legado social marcante no país, mas com escândalos de corrupção durante seu governo. O impacto disso é que valores conhecidos de liberdade de expressão e de convivência coletiva em uma democracia começa, aos poucos, a ser substituído por outros valores, como o ódio, a violência e formas irracionais de expressão.
Bom eu já me decidi, não quero escolher lados, não vou nessa onda e não se trata de ficar em cima do muro, não é nada disso, para minha pessoa, ambos não servem para presidente do país, simples assim, não vou deixar este ódio, nem este amor ao PT influenciar meu voto, ele vai além de uma linha partidária, vai além de uma guerra entre esses grupos (petistas e antipetistas). Embora consciente que a disputa pela cadeira do executivo ficará entre Bolsonaro e Lula, usando da liberdade de expressão e de convivência coletiva, digo, destes, qualquer um que vença, estamos lascados… de novo!